"Apesar de hoje fazer parte de outra classe social, ainda tenho cara de pobre (risos). É balela dizer que o preconceito é só social."
"Esse é o argumento [que a reserva de vagas fará o nível de ensino na universidade cair] de quem não entende ou não sabe como se dá o processo de ensino-aprendizagem. E isso pode ser ouvido até na universidade, onde boa parte dos professores não dispõe de conhecimentos pedagógicos. Alunos de escola pública que passaram pela Ufes não foram nem piores nem melhores do que os outros."
"Estudos mostram que a escola pública e o limite de renda também incluem negros, em porcentagens até maiores do que as pleiteadas pelo Movimento Negro".
Antônio Carlos Moraes, 44 anos . Professor Universitário e em Educação e porta-voz do conselho da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) que definiu a reserva de vagas para alunos da rede pública no vestibular.De uma família pobre - mãe cozinheira, pai torneiro mecânico - Antônio Carlos Moraes foi o único dos dez filhos a cursar universidade pública. Desenhista projetista, fez primeiro vestibular para Engenharia Civil, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas acabou trocando por Educação Física, porque precisava trabalhar. Doutor em Educação, o professor Moraes tornou-se centro das atenções, nos últimos dias, por personificar, na condição de porta-voz dos 33 membros do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão da Ufes, a decisão da instituição de reservar 40% das vagas do seu vestibular para alunos da rede pública.
Fonte: Jornal A Gazeta
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